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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Artigo inédito: Como os caterings aéreos estão se adaptando aos tempos da crise global?



Através deste artigo inédito a respeito da crise nos caterings de aviação, mostraremos alguns pontos para que os administradores do setor de catering aéreo reflitam seus gastos e ganhos com base nas crises mundiais, como é o caso dos diversos países da União Europeia, para que, com isso, pratiquem a exploração de outras modalidades, sequencias de caterings que existem pelo mundo afora, como é o caso de catering de coletividades, como por exemplo, o de grandes, médios e de pequenos colégios, além de universidades com horários integrais, o catering hospitalar, diferentemente das empresas que já existem no mercado como a Medirest e a Sodex, em São Paulo e, principalmente o catering ferroviário, que a LSG/Sky Chefs Catering em São Paulo, na metade dos anos 90, explorava com o famoso “Trem de Prata”, que realizava o trajeto São Paulo (Barra Funda) até a cidade do Rio de Janeiro, onde já realizei serviços quando era supervisor na LSG em Guarulhos, na época. E com a possível volta dos serviços ferroviários de passageiros no Brasil, principalmente no Estado de São Paulo, com o trecho São Paulo-Guarulhos-Campinas, há a possibilidade das empresas instaladas no estado de São Paulo, como a própria LSG/Sky Chefs, Gate Gourmet, Grupo R.A., Comissaria Rio e Marcia´s Catering explorarem este próspero serviço.  Os caterings aéreos em nosso país necessitam pensar alto e prosperar com a exploração de outros segmentos, comentados já anteriormente que observaremos parágrafos abaixo, com um aprofundamento no que tange como a indústria do catering aéreo está se comportando com essa crise está atingindo a União Europeia, entre elas, a Espanha, Portugal, Itália, Grécia e muito provavelmente em outras muitas nações.


Estudos em caterings para "driblar" a crise global para oferecer melhores serviços aos seus clientes, gastando pouco.

O desenvolvimento das novas linhas de negócio como é o catering ferroviário e a venda de refeições a bordo dos aviões são algumas das alternativas que as empresas de catering aéreo estão se adaptando para superar o “baque” que a crise econômica lhes supõe neste setor. As empresas na Europa, como a Newrest e a Gate Gourmet, por exemplo, apostam pela imaginação, a oferta de um serviço global e a capacidade de adaptação às necessidades do mercado e dos clientes para encarar este período de recessão e sair com algum ar de prosperidade nesses tempos em que o setor está vivendo atualmente.

Como por exemplo, temos a Espanha, com um sistema econômico que está sofrendo muito com a crise, onde alguns estudos observam que os caterings de coletividades estão se destacando mais positivamente, frente à manutenção do catering aéreo.
Alternativas: atendimento de catering à grandes instituições escolares.
Alternativas: atendimento de catering à grandes instituições escolares.



 Alternativas: Atendimento ao catering ferroviário. Acima, trem de viagens temáticas.
  
No setor do catering aéreo na Espanha operam as empresas Gate Gourmet, a LSG/Sky Chefs e a Newrest. Elas são as que se dividem no mercado espanhol e europeu neste âmbito, sendo que a primeira acumula a maioria do mercado do setor em Madrid e em Barcelona. A LSG/Sky Chefs e a Newrest situam-se nas segundas posições dividindo o mercado nas cidades de Madrid e de Barcelona, e com os pequenos caterings, ou as empresas prestadoras de serviço que prestam os serviços de catering para várias empresas de jatos executivos e empresas menores, servindo como exemplo.

Conferência de gramatura das refeições produzidas, conforme a empresa aérea estipulou juntamente com a empresa de catering na apresentação de seus serviços.

Membro de Gate Group, a Gate Gourmet espanhola tem entre seus principais clientes as empresas como a Iberia, United Airlines, British Airways, Swiss, entre outras. Depois de quase vinte anos de atividade e um contrato de gestão de longa duração, em maio de 2004 Gate Gourmet adquiriu o 100% de IberSwiss, a filial de catering da Iberia. A IberSwiss oferecia naquele tempo seus serviços a bordo para o grupo, fundamentalmente na Espanha e para alguns outros destinos europeus, mas não na América Latina nem em outros dos aproximadamente cem destinos nos que opera habitualmente a empresa espanhola Iberia. Atualmente, a Gate Gourmet encontra-se em uma situação de estabilidade financeira e operativa depois da reestruturação que foi realizado durante os anos de 2004 e 2005, onde a empresa investiu o volume dos seus negócios mediante a aquisição de novas contas, e mediante o desenvolvimento de novas linhas de negócio como o catering ferroviário e a venda de refeições a bordo. As perspectivas de negócios da Gate Gourmet continuam centrando-se no setor do catering aéreo, se bem que é certo que, o fortalecimento de sua empresa principal, a Gate Group, com a aquisição de empresas internacionais líderes no serviço das empresas aéreas, abre novas perspectivas de negócio que a empresa tentará aproveitar nos próximos anos.

Gate Gourmet realizando serviço de carregamento de serviços de bordo.

LSG/Sky Chefs Catering atendendo a um de seus clientes.

A estratégia da Gate Gourmet Spain é a de oferecer às empresas aéreas todos os serviços que “não são fixos” ao avião: equipamento de nova geração, desenvolvimento de novos conceitos, gestão logística, design de interiores, “amenities”, limpeza de aviões, lojas on-line de produtos, etc. Além disso, a Gate Gourmet é líder no desenvolvimento da uma nova linha de negócios de catering de venda de refeições a bordo, iniciado na empresa Ibéria, aproximadamente em 2005, com o cardápio “Tu menu”. Internacionalmente, e através de sua companhia do Grupo Gate Total Solutions, administram globalmente o serviço a bordo da Vueling, onde este negócio é ponto chave atualmente, já que muitas companhias aéreas decidirão prescindir do conceito tradicional do catering para assumir posições mais arriscadas que, além disso, geram economias que garantem sua sobrevivência, como é o caso da WebJet no Brasil. Adicionalmente, a Gate Gourmet aposta pelo desenvolvimento do catering ferroviário, com um potencial de crescimento cada vez maior na Europa, lembrando que a Rail Gourmet, do grupo Gate é fornecedor de catering para os trens de alta velocidade (AVE) para as rotas Madrid-Sevilla-Málaga, Madrid-Barcelona-Valência, entre outros trajetos.

Catering alternativo: abastecimento no sistema ferroviário, já presente em países da Europa, da Ásia e nos Estados unidos, com a Amtrak.

A Eurest Inflight Services nasceu na Espanha, em Palma de Mallorca, na metade dos anos sessenta para atender o catering aéreo da indústria das viagens de lazer que naqueles tempos, encontrava-se em pleno auge. Hoje é administrada pela Compass Group, que realiza serviços de catering para grandes eventos, representa a Medirest para serviço de restauração em hospitais e clínicas. A Eurest, na parte de catering aéreo foi adquirida pelo grupo francês Newrest Group, especializada na indústria de fornecimento de alimentos em vários mercados, incluindo o das linhas aéreas, a venda por varejo, o catering industrial, o Duty Free, entre outros, considerado líder na zona mediterrânea.  Os negócios da empresa francesa também se encontram atualmente estabilizados, em torno à conjuntura econômica geral, principalmente na área dos transportes.



A crise já afeta o setor do catering aéreo...

Evidentemente, todos os indicadores macroeconômicos e próprios do setor já evidenciam uma profunda crise no setor da aviação que possivelmente já atinge diretamente às empresas fornecedoras de serviços de refeições às companhias aéreas, devido à redução na ocupação de assentos, ao mesmo tempo em que já sente as consequências que este feito terá no setor, devido às empresas aéreas estão financeiramente cada vez mais instáveis e sobre dimensionadas, devendo buscar uma saída estratégica à crise ou se verão levadas à falência. Como exemplo das empresas aéreas que encerraram as atividades este ano foram a Spanair, da Espanha, a Malev da Hungria, e a Aerosur da Bolívia, levando à concentração dentro do setor e ao ajuste da oferta e da demanda com uma maior rentabilidade das rotas, onde as empresas aéreas buscarão reduzir custos para compensar a redução de ingressos e o serviço de catering a bordo será dos primeiros afetados.
A Aerosur, da Bolívia, foi uma das últimas empresas que encerraram as atividades. Na foto vemos o "Super Torísimo", um Boeing 747-400 arrendado da KLM que atendia as rotas Santa Cruz de La Sierra (VVI) à Madrid, Espanha. Foto: Site: airliners.net

Algumas estratégias que os caterings aéreos já estão adotando para reduzir os custos do setor apontam para a redução de custos, de pessoal e das matérias primas, que atendem às empresas de catering, já trabalhando com reduzidas margens; Outra tendência que observamos é a possibilidade da eliminação de serviço a bordo, implantando um serviço de venda de catering a bordo na classe econômica, nos voos de pequenas distâncias, como a Webjet, em nosso país ou a Iberia, na Espanha, como exemplos, ainda que algumas empresas, ainda estão realizando testes para a implantação também nos voos intercontinentais, como é o caso da United Airlines, que utiliza nos serviços domésticos o seu “Choice Menu”. Raras são as empresas que estão continuando a servir com sua totalidade de classes de serviço com quantidade, para isso relatamos as empresas do oriente-próximo e da Ásia, com excelentes serviços em todas as classes, citando a Emirates, a Qatar, a ANA, a Ethiad, a Turkish, a Royal Jordanian entre poucas outras.

Antigo serviço de bordo da Iberia que atendia seus clientes da antiga Clase Preferente. Hoje com a Business Plus, a Iberia atualiza seu cardápio e oferece materiais de bordo "corretos". Foto: arquivo IBERIA.

Observamos, orientando-nos por bibliografias de referência no setor que, as empresas de catering aéreo, juntamente com as empresas aéreas estão trabalhando em conjunto para tentar oferecer alternativas adequadas e criativas para conseguir os objetivos de economia que é planejado. Lembrando que, voltamos a citar alternativas de atendimento destas empresas de catering diversificando e voltado aos serviços de transporte ferroviário ou hospitalidade e serviços, como de grandes colégios, grandes hospitais e grandes empresas, alternativas estas para enfrentar a instabilidade dos mercados, o estancamento no crescimento geral, a paralização dos investimentos, a forte concorrência entre as empresas aéreas com o aparecimento e a forte presença das empresas de baixo custo, entre outras.
A Vueling, uma nova empresa de baixo custo na Espanha oferece catering de venda à bordo. Foto: VUELING.
Cardápio de venda a bordo oferecido pela Webjet e produzido pela LSG/Sky Chefs Catering, em São Paulo. Foto: Alexandre Barros do blog aviação Brasil.


As ameaças e as oportunidades do setor...
Viatura da Newrest à espera do atendimento ao avião da Qatar. A Newrest tem planos de entrar em território brasileiro envolvendo a participação e envestimento de Eike Batista. Foto:Newrest.

Como em todo período instável, as empresas enfrentam a uma série de ameaças. Do mesmo modo, existem também diversas oportunidades que essa crise mundial está gerando nos países considerados desenvolvidos, tendo que as empresas ajustarem-se a esse estado econômico, tratando estas empresas de serem capazes a esse ajuste, sendo cada vez mais dinâmicas nos ajustes a essas necessidades do necessidades do mercado e dos clientes, sem deixar de citar que o setor das refeições em grande escala, que é o caso de nosso artigo, o de catering aéreo é muito mais sensível às crises mundiais devido ao aumento dos preços do combustível, a instabilidade financeira (já citada anteriormente), os problemas com a suspensão de pagamentos de algumas empresas aéreas, a eliminação total do serviço com a consequente redução de entradas e a diminuição da prestação de serviço ao passageiro etc. os fatores chaves para que esse ramo tenha sucesso futuro focará principalmente no atendimento e atenção ao cliente (como sempre) e a diversificação, competência de atendimento logístico e criatividade para driblar esses obstáculos.


Outra alternativa: Abastecimento de salas-vip das empresas aéreas. Acima, uma parte da sala vip da Lan Chile em Santiago (SCL). Fonte: Site jaunted.com.

As empresas devem trabalhar em seu planejamento de crises tendo em bases a criação de mais de oportunidades que de ameaças, fazendo à concentração do setor, as sinergias, a busca de fornecedores globais, o desenvolvimento de novos conceitos (que constantemente divulgamos no blog) e a capacidade de assumir riscos nas decisões, com isso convencendo seus clientes, ou seja, as empresas aéreas de que as empresas de catering são capazes de gerenciar os seus gastos de catering da forma mais eficiente possível, e que essas empresas de catering são as parceiras ideais das empresas aéreas para o desenvolvimento de novos conceitos e serviços de bordo que lhes permita fazer a diferença e reduzir seus custos, com imaginação, pro atividade, além de um serviço global e integral.

Previsões da evolução de mercado nos países que consideram-se em crise...
Newrest catering prestando atendimento a um de seus clientes: a Thai. Foto:Newrest

Devido à crise no setor, os estudos vão se confirmando e provam novas quedas, exigindo que as empresas de catering façam um replanejamento do catering tradicional e buscar novos modelos de serviço de catering a bordo, devido às altas pressões em custos (já citado anteriormente) e a concorrência cada vez maior, o que obriga às empresas a analisar todos os serviços ao redor do avião. Neste sentido e atualmente, as principais empresas aéreas reduziram os serviços de bordo nas suas rotas de curtas distâncias e um dos efeitos mais visíveis tem sido que os cardápios que, antes se ofereciam gratuitamente agora estão reservados principalmente para os passageiros da primeira classe e da classe executiva. Esta política de economia afeta, logicamente as prestadoras do serviço de bordo, afetando não tão somente a “eliminação” do serviço tradicional na classe econômica, se não também o desenvolvimento do novo negócio de venda de produtos de catering a bordo: com esta análise percebe-se que as entradas pelas refeições na classe econômica podem significar por volta da metade do total de volume e sua eliminação terá um impacto importante nas contas e nos resultados das empresas de catering, mas, sobretudo na estrutura desse negócio, fazendo com que as empresas façam uma regulação do emprego e uma reestruturação das empresas, forçando para que as empresas convertam as ameaças em oportunidades, tratando de adotar uma nova perspectiva a seu negócio. O blog gosto nas alturas é um referencial para ideias que as empresas de catering e as aéreas, unidas podem estudar e aplicar a essas novas exigências do mercado, representando um benefício, nunca deixando de lado, relatar grandes histórias dos serviços de bordos em outros tempos que, com certeza, não voltarão mais.
Alguma das ofertas da VARIG em seus serviços na Primeira Classe de seus voos Intercontinentais: lagosta e champagne. Foto:arquivo da PUC/RS.
Um antigo cardápio da primeira Classe da VARIG mostrava a elegãncia clássica dos serviços de bordo de outros tempos... Foto:arquivo da PUC/RS.


Finalizando este artigo, ainda que em um princípio esse assunto não tenha muito a ver com os caterings ou mesmo com essa matéria, recentemente, a União Europeia propôs à que as empresas aéreas adequassem seus sistemas de voo para alcançar as emissões permitidas de gases de efeito estufa. Entre estas medidas encontra-se a de limitar o tamanho dos serviços de catering, melhor dizendo, de peso, ou seja, quanto mais peso houver nas aeronaves, lógico que maior será o consumo de combustível, levando as fornecedoras de serviço a bordo a estudar e trabalhar para encontrar novas alternativas como o desenvolvimento de equipamentos leves como os “trolleys” de serviço, ou mesmo o desenho de novos conceitos, investigando os materiais que se colocam á bordo e da possibilidade que esses materiais sejam por um lado recicláveis, como já trabalham algumas empresas como a TAM, acrescentando mais valor aos seus clientes e que, ao mesmo tempo reduzam o peso e, portanto, os custos por consumo extra de combustível.

A TAM aborda em algum de seus voos, materiais reciclados com o bagaço da cana-de-açúcar, reduzindo custos e peso. Foto: LSG-Sky Chefs/TAM.



Resumindo: as grandes, médias e pequenas empresas de catering que operam mundialmente, enfrentam atualmente um período de crise, bem que se pode apresentar, pode surgir como uma oportunidade, dentro de um contexto global, terá que esperar observar a evolução dos mercados e de suas complicações que estão de mãos dadas em todos os setores. A diversificação e os novos planejamentos dentro dos objetivos da empresa serão pontos chaves para superar esta conjuntura adversa que, segundo se observa sob um nível mundial, está apenas começando.


Foto da Gate Gourmet Group, mostrando o serviço "Executive Catering", outra alternativa de catering para atendimento aos jatos executivos.


TEXTO: LUIS BLANCO - Artigo de propriedade do blog "Gosto nas alturas". Todos os direitos reservados. O artigo poderá ser citado mediante contato; As fotos que não estão citadas, foram retiradas da internet, portanto sem as fontes para citar.